10 de junho de 2008

Continuação das entrevistas:

ENTREVISTAS 2

(14/12/05)

Escola Municipal Antônio Gayoso

Entrevistando a diretora Conceição:

ENT.: Professora, eu queria que a senhora me desse a opinião da senhora, se o xadrez traz alguma mudança significativa para o aluno? Uma visão, eu quero que a senhora me dê uma visão administrativa e queria que a senhora me desse uma visão pedagógica.

DIR.: Olha, com relação administrativa o aluno se concentra mais, acredito que é uma forma de fazer com que o aluno tenho uma mudança de comportamento, se torna mais disciplinado. E com relação a parte pedagógica ele com certeza ele desenvolve (né).

ENT.: Mal lhe pergunte professora, a sua disciplina que a senhora ministrava era...?

DIR.: Ciências.

DIR.: Então o xadrez ele tem a concentração para que o aluno se concentre bastante e quando o aluno se concentra com certeza ele tem um bom aprender na parte da formação acadêmica.

ENT.: Como a senhora ver o jogo de xadrez como uma atividade esportiva aqui na escola? A senhora ver positiva? A senhora ver negativa? E como é que a senhora tem sua opinião em relação a isso?

DIR.: Olhe, com relação, eu acredito que sim. O xadrez eu acho que é um esporte que ajuda baste desenvolver o desempenho do aluno. O lado negativo é quando o aluno só se preocupa com o jogo. E isso, nós temos os casos que tem ajudado, ta me entendendo?! A levar o aluno a desenvolver o raciocínio, e conseqüentemente a sua aprendizagem. A aprendizagem fica bem mais fácil. Mas também tem aqueles casos que o aluno deixa até de assistir aula, entendeu? Pra poder praticar é, outros esportes, inclusive o xadrez. Aí é preciso trabalhar esse aluno, mostrar pra ele que é importante (né) a participação dele no esporte.

Entrevista com o Prof. Viana (P1) e Profª Janete (P2):

ENT.: Você fez curso para ministrar aula de xadrez?

P1: Fiz. O colégio aqui, nós fomos enviados pra a escola Eurípides de Aguiar que SEMEC abriu umas turmas para o curso de xadrez, para que esses professores pudessem trabalhar o xadrez na escola. Inclusive o nome do curso era Xadrez, Praticando Xadrez na Escola. E nós fizemos esse curso. Eu e a professora Janete. Fomos mos pela escola Antonio Gayoso para trabalhar nesse curso. Fizemos esse curso juntamente com uma equipe de professores que veio da SEMEC para ministrar esse curso. O período foi entre maio e junho de 2003 e local foi na Escola Eurípides de Aguiar, durante 3 dias.

ENT.: Queria acrescentar mais alguma coisa (P2)?

P2: Mas o tempo achei insuficiente para a gente (né) dominar totalmente. Eu achei de inicio...eu não tive segurança, porque achei pouquíssimo tempo, mas hoje eu já ganhei bastante experiência trabalhando sozinha no meio sem intervalo. Na prática já estou bem.

ENT.: Pra vocês, vocês ministram aulas de xadrez com freqüência na escola? É assim, eu queria que vocês me explicassem que tipo de freqüência (né).

P1: Olha eu trabalho com o xadrez na escola através do conteúdo de Educação Física. Então nós planejamos o ano letivo através de conteúdos. Então nós trabalhamos por exemplo: vôlei, hand, futsal e o xadrez. Essa aula de xadrez nós trabalhamos um mês com os alunos. Então são aulas geralmente no quarto bimestre e nós trabalhamos na seguinte forma. Ter aula teórica e depois o aluno vai para a aula pratica e logo em seguida depois ele ta praticando xadrez ele vai e faz o teste, que é o resultado desse teste é válido como oitava avaliação. Eu trabalho nessa sistemática. Todos os anos no quarto bimestre nós incluímos o xadrez no conteúdo de Educação Física.

ENT.: E isso é feito pelos dois professores desta forma?

P2: Também trabalho no quarto bimestre dessa forma.

ENT.: A metodologia é a mesma?

P2: É a metodologia é a mesma. Na sala de aula eu faço aula teórica no quando, depois que eu levo para a área do pátio e os alunos ficam mais a vontade.

ENT.: E pra você o xadrez traz algum ganho cognitivo para o aluno?

P1: Ah! Sem sombra de dúvida. O xadrez ele é, vamos dizer assim: uma modalidade de esporte, onde ele leva o aluno e aqui nós temos até – professor -, e eu provei pra professores que o seguinte: quando é prova de matemática que o primeiro aluno sai toda a turma começa a entregar a prova, ou seja, o aluno não tem a paciência, não tem o senso de pensar pra responder uma prova de matemática. O xadrez ele é obrigado a pensar porque... porque se ele não pensar o jogo acaba. Então ele vai fazer com que o aluno o que: tenha o raciocínio, tenha um pensamento no futuro, porque primeiro ele vai pensar onde ele vai jogar para que depois o adversário jogue, então ele tem que pensar no futuro. Ele tem que ter paciência e ele tem que ter, acima de tudo, um raciocínio lógico, ou seja, o aspecto cognitivo ele é trabalhado em todos os sentido isso aí faz com que todos esses parâmetros do raciocínio, da paciência, do raciocínio do futuro, o xadrez leva para o aluno como uma parte que ele é obrigado a utilizar.

ENT.: Tá certo. Você quer completar professora?

P2: Eu completaria assim: colocando pra que alunos que têm uma irritabilidade assim de não esperar a vez do outro, eles por exemplo, na hora de mexer, tocar na peça, eles tem sempre aquele atrito de brigarem. Eu já coloquei muito isso.

ENT.: “Peça tocada é peça mexida”.

P2: Pois é, não pode, não pode mais tocar na peça. Mexer. Tocou na poça... ele não tem aquela paciência, então já empurra, já briga, já... eu tenho essa dificuldade ainda muito grande de controlar, porque eles são meninos de 4ª série. E na 3ª série...

ENT.: E aqui trabalha na 4ª série professor? Qual da série a senhora trabalha professora?

P2: Eu tô com a 3ª e 4ª.

ENT.: Certo! E você professor?

P2: Eu trabalho com 5ª e 6ª.

P1: Na 3ª eles não têm essa paciência que outro já sabe que é errado então eles já dizem logo: “professor tire esse daqui, não dá certo”, porque... aquele comportamento, isso é importante (né), a gente já tinha até comentado antes a questão da comparação do aluno.

ENT.: O caso de vocês que trabalham com Educação Física, então vocês trabalham só com os alunos de vocês, então não tem como comprar que não pratica xadrez. Aí fica difícil, mas eu queria que vocês fizessem um comentário: se vocês perceberam, se tem algum exemplo de aluno de vocês que teve uma mudança assim, não é que seja drástica, uma mudança significativa. Você tem algum exemplo? Eu queria que você citasse, o senhor e a senhora também, que pensasse num aluno teve alguma mudança com a prática do xadrez.

P1: olha, por exemplo, o xadrez... O que é que o xadrez faz acima de tudo? É que os professores de sala de aula reclamam que o aluno não consegue sentar. Ficar sentado para assistir uma aula de 50 minutos. No xadrez ele consegue sentar durante duas horas sem levantar, só pensando. Por exemplo: eu poderia citar nomes de alunos. Gregório é tido como aluno terrível! O xadrez, pra mim o Gregório no xadrez é o aluno mais comportado, nem fala. Outro aluno, o aluno chamado Melquezedeque (superimperativo), no xadrez ele senta e passa duas horas. É preciso tomar o xadrez dele, porque se não ele não vai. Outro, De Assis. Todo mundo reclama que De Assis não consegue, atrapalha as aula tudo. O De Assis na aula de xadrez, eu to citando na aula de xadrez porque é uma aula que vai sentar, que ele via pensar, é diferente de uma aula de futsal, que ele vai é correr, vai expandir energia. Na aula de xadrez o De Assis consegue sentar e consegue jogar. Então eu lhe pergunto assim, onde é que ta o erro: é no De Assis? No Melquezedeque? No Gregório? Ou é na disciplina? Ou é na forma como é colocada a disciplina? Porque veja bem, o xadrez ele traz emoção e ele traz acima de tudo o gosto, porque ele tá jogando e ele tem um objetivo: ganhar. Entoa veja bem, eu poderia comparar da seguinte maneira, lógico que eu não tenho os dados completos, dados estatísticos para comparar, mas eu comparo esses alunos antes e depois... o que ocorre?

P1: Gregório: aluno insuportável! Notas baixas. Depois que ele passou pelo xadrez, o Gregório é outro, até a diretora já falou: “o Gregório mudou foi muito”, “O Melquezedeque mudou foi muito”, “o De Assis mudou foi muito”. E o interesse, aqui eu não vejo o aluno correndo atrás do livro de matemática, mas só vive aqui e eu fico até escondendo pelo xadrez. Então, pergunta-se: xadrez é uma arte matemática? Num é um jogo matemático? Porque o aluno sai da sala dele no intervalo, vem aqui pegar o xadrez e não pegar o livro de matemática? Então é alguma coisa que cativa, que é emocionante, e acima de tudo trabalha o cognitivo do aluno, sem forçar o aluno. Sem forçar, sem que o aluno adquira memorize aquelas regras, o aluno aprende e aquilo que ele aprende ele não esquece é diferente memorizar regras, fórmulas de memorizar isso ou aquilo. O aluno aprende o jogo de xadrez. A partir desse momento ele vai aprimorar. Nós já temos alunos aqui que são monitores, já começam a ensinar os outros.

P2: Eu tenho o monitor dele (professor) comigo, já pela manhã.

ENT.: Qual a quantidade de material que tem aqui na escola? Vocês têm livros, tem tabuleiros? A quantidade assim, não precisa ser preciso, mas mais ou menos a quantidade?

P1: Olha, quando nós terminamos o curso foi distribuído lá no curso, através da SEMEC, material. Nós temos aqui hoje uma média de 13 jogos completos e nós temos 4 livros, porque a SEMEC doou. Parece-me que um livro é o Xadrez Básico. Até não me recordo agora, mas um da capa azul e o colégio comprou mais dois (né).

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