8 de junho de 2008

A Escola José Gomes Campos foi a primeira a ser abordada com as entrevistas em 12 de dezembro de 2005, onde entrevistei o diretor Argemiro e o professor Barrinha (geografia):

Entrevistando o diretor Argemiro.

ENT.: Prof. queria fazer algumas perguntas para o senhor. Primeiramente a pergunta vai ser feita em duas partes: uma sobre a parte administrativa relacionado ao projeto xadrez e outra uma parte pedagógica. A primeira é o seguinte: tem material de xadrez na escola?

DIR.: Nós temos material de xadrez na escola são aproximadamente nós temos 8 jogos e saco só, como é o nome, com as peçinhas, as peças. Falta o tablete.

ENT.: Certo a base, o tabuleiro.

DIR.: Tabuleiro, quer dizer.

ENT.: Bom, no projeto pedagógico tem atividades que envolvem o jogo de xadrez aqui na escola?

DIR.: Não, por enquanto não.

ENT.: E, no ano passado? Teve algum projeto pedagógico aqui?

DIR.: Ano passado o prof. barrinha desenvolveu um projeto com alguns alunos xxxx alguns alunos voluntários desenvolveu o projeto, fez um pequeno torneiozinho, um campeonatozinho, é os melhores se saíram bem! E daí pra frente essas pessoas que aprenderam começaram fizeram um corrente (né) uns ensinando os outros e hoje é praxe. Horário vago primeira coisa que vem é pedir xadrez.

ENT.: Outro detalhe professor: você sabe dizer a data que tiveram aulas e atividades de xadrez, o período pelo menos?

DIR.: Rapaz, foi... Esse projeto foi desenvolvido mais ou menos em agosto ou foi setembro do ano passado (de 2004)

ENT.: Aqui em relação aos alunos professor teve alguma mudança no comportamento dos alunos na escola? Se alguns alunos ficaram menos agitados?

DIR.: Rapaz, com certeza! A mudança foi radical! Esses alunos, eles, hoje eles têm até como pensar melhor, como agir melhor. É difícil você ver um desses alunos lá, que antigamente no sol quente ele estavam jogando bola. Hoje no horário vago, a primeira coisa que eles fazem, que não faziam anteriormente, eles vem aqui pedem o xadrez. Quando não tem mais o “tablete” eles pedem o jogo de damas e ali fica aquela...

ENT.: Ficaram mais comportados.

DIR.: Exatamente!

ENT.: Agora, referente a prática pedagógica, o professor responsável (instrutor) teve alguma preparação, algum curso preparatório?

DIR.: Com certeza! Eu acredito que sim. Por que ele tomou a frente sozinho com esse projeto. Foi realmente de suma importância. Os alunos adoraram e até hoje, como eu falei anteriormente, continuam gostando. É uma pena que às vezes até nós temos deles que “gazeam” a aula pra continuar jogando.

ENT.: É... Professor é de interesse da administração da escola e de opinião sua, também que o xadrez fosse implantado como uma disciplina coadjuvante, uma disciplina adicional?

DIR.: Com certeza seria ótimo! Agora aquele negócio, seria... teria que repensar todo o horário pra coloca-la, mesmo só a título, mesmo que fosse a título de iniciação, como é hoje do Dom Barreto (né). Em outro colégio aí.

ENT.: Obrigado professor Argemiro.

ENT.: Prof. Argemiro, faça um relato de uma experiência que o senhor teve como aluno que ta praticando, praticou xadrez agora.

DIR.: É, eu tenho um exemplo: o aluno Mardônio é um aluno grandalhão, meninão mesmo. E se você pensar que não, ele tava quase no telhado do colégio. Era um menino que tinha que ta atento para a brincadeira dele. Depois que ele participou desse projeto, esse menino mudou radicalmente! Na hora que ele sai da sala de aula até – ele mudou radicalmente – às vezes a aula termina, por exemplo: faltou o último professor, no horário de 5 horas e 5 minutos, ao invés de ir embora ele fica aqui às vezes até 6 e meia jogando xadrez, quando a mãe vem pega-lo preocupada. É o menino veio desenvolveu... a atitude dele não é mais igual que a de antes. Até eu mesmo – sinceramente – incentivo mesmo esse garoto a participar porque desenvolve e ele também ta incentivando os coleguinhas dele. Isso é bom!

ENT.: Nesse aspecto, você viu bom jogo de xadrez?

DIR.: Com certeza, aí é que ta o detalhe, é exatamente. Dar ao aluno uma nova maneira de raciocinar, de pensar, de agir, de tudo.

ENT.: Obrigado, professor.


PROFESSOR DE XADREZ DA ESCOLA JOSÉ GOMES CAMPOS

ENT.: Professor, me diga seu nome completo e a disciplina que o senhor. leciona, por favor.

PROF.: José Édson da Silva Barrinha, sou professor de Geografia das turmas de 5ª, 6ª e 7ª séries.

ENT.: Nós vamos iniciar aqui uma entrevista na escola José Gomes Campos, sobre o impacto do xadrez nas escolas municipais de Teresina. É, meu primeiro questionamento é se você fez algum curso? Ministrou? Teve algum curso para ministrar aula de xadrez?

PROF.: Não. Na realidade eu não tive curso, mas outros professores tiveram na escola. Eu desenvolvi aqui na realidade alguns campeonatos de xadrez. Mas por conta do conhecimento que eu já havia adquirido noutros locais. Freqüentei realmente locais onde pra ticava xadrez, mas não fiz nenhum curso. Nem por conta da SEMEC, nem por conta de nenhuma outra instituição, ta.

ENT.: Professor, você ministra ou ministrou aulas com freqüência de xadrez na escola?

PROF.: É... nos... no primeiro... um ano e meio aqui na escola que eu já estou aqui há dois anos., dois anos e alguma coisa, mas no primeiro ano e meio eu realmente intensifique e foi tão positivo essas aulas que a gente fez que elas acabaram proliferando. Nós temos muitos multiplicadores aqui. Então nesse período foi com freqüência. Agora em 2005 a gente não teve um freqüência na aplicação de jogo de xadrez.

ENT.: Professor, para você, o jogo de xadrez traz algum ganha cognitivo para o aluno que o pratica?

PROF.: É, sem dúvida nenhuma, é justamente essa a principal contribuição nas escolas. Nas escolas, ou seja, lá em que parte da vida você se encontra. O xadrez (ele) além de disciplinar – eu costumo muito dizer isso – além de disciplinar o individuo, ele estimula, com certeza o cognitivo dele. Ele passa a ser uma pessoa mais pensante, mais concentrada. Isso pode trazer, sem duvida nenhuma... é aspecto muito positivo na prática dele. De ir em frente, a prática como aluno.

ENT.: Só pra concluir nosso trabalho aqui, professor: você percebeu alguma mudança dos alunos que praticam xadrez em relação aqueles alunos que não praticam?

PROF.: Olha, exatamente. Com certeza. Isso que falei agora pouco, a questão da disciplina, sobre tudo nos intervalos. Na escola pública, a gente verifica muito, a gente notou e ainda nota isso aqui na escola, que os alunos, no intervalo corre para pegar tabuleiros de xadrez. Você vê, naquele momento que ele ta ali no tabuleiro ele deixa de ta correndo, de criar atrito com os colegas. E foi em termo de comportamento, em termo de disciplina, inclusive em sala de aula, em termo de melhoria do rendimento escolar, a gente percebeu, com certeza essa mudança em relação aqueles que não praticam. E claro a recíproca é verdadeira, pra aqueles que não praticam. Quer dizer a questão, não na sua totalidade na questão da indisciplina, da não concentração que a gente verifica, a gente destaca que os meninos que praticam xadrez eles são muito mais concentrados nas aulas. E se preocupa muito mais (né) com o rendimento do que os que não praticam, com certeza.

ENT.: Você tem algum exemplo de algum aluno que teve uma mudança radical no comportamento dele?

PROF.: É, tenho com certeza. Foi... não recordo com certeza o nome dele agora. Mais ele é filho de uma zeladora aqui da escola, que ainda é zeladora. Ele era realmente um cabra muito indisciplinado na sala de aula. Mal comportado. E no nosso primeiro campeonato de xadrez ele foi o campeão de xadrez. A gente notou que o xadrez teve uma grande contribuição para ele, e hoje quando o encontro eu percebo que ele tem um comportamento totalmente diferente. Eu acho o xadrez teve grande contribuição. Conversando com ele recentemente ele continua difundindo o xadrez, jogando xadrez.

ENT.: Pois professor obrigado pela sai atenção com a nossa entrevista.

PROF.: Ta certo.

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