PEDAGOGO APOSTA NO XADREZ COMO FERRAMENTA DE ENSINO
Além de concentração, raciocínio lógico e disciplina, o jogo de xadrez é uma ferramenta para ensinar matemática, português, geografia e até cidadania. É o que defende o enxadrista Eric Piassi, que no início deste ano implantou o método de ensino usando o jogo no Colégio Fênix de Bauru, cujo resultado tem sido aprovado por alunos e pela direção da escola.
Para difundir o uso de xadrez como ferramenta de ensino, ele escreveu dois manuais - um destinado ao professor e outro ao estudante. Piassi, que é pós-graduado em psicopedagogia, explica que o xadrez não ajuda apenas no ensino de matemática, como muitos pensam. “Com um simples jogo, você pode trabalhar e explorar todas as matérias”, afirma. “Na língua portuguesa, trabalhamos a interpretação de textos e em, em geografia, localização”, resume.
Na escola onde leciona, o método é aplicado na educação infantil para alunos a partir dos 3 anos. Apesar da pouca idade, a criança entra em contato com o xadrez de uma forma lúdica, não competitiva. “Ao invés de ensinar o xadrez com regras, fazemos teatros e apresentamos música para incentivar as crianças a aprender”, explica.
Piassi explica que o jogo de xadrez é colocado em um contexto histórico, no qual é trabalhada desde alfabetização, conteúdos programáticos até valores, além do jogo e si. “Quando explicamos a função do rei (peça), trabalhamos a importância de ouvir os mais velhos, ensinando, assim, cidadania”, frisa.
O xadrez é utilizado como ferramenta de ensino até a 5.ª série do ensino fundamental. Não há, porém, restrições quanto à faixa etária, segundo Piassi. Ele afirma que nos cursos ministrados em escolas e faculdades, o método é aplicado a pessoas de até 70 anos.
Para o pedagogo, esse tipo de aprendizado influi na formação do caráter da criança. Cada lance da partida corresponde a uma decisão e a vitória depende, obviamente, do acerto. Se movimentar a peça erradamente, pode-se perder o jogo. “Então, temos que tomar as melhores decisões em cada jogada. E é assim que funciona na nossa vida”, compara.
Os alunos da escola aprovam o uso do xadrez como ferramenta de ensino. Thaís Lenharo Gazeta, 16 anos, estudante do 2º ano do ensino médio, já disputou os Jogos Regionais na modalidade com base no que aprendeu na escola. “É o primeiro livro de xadrez que vejo”, disse, entusiasmado, Renato Ruzzo Dodré de Menezes, 8 anos, aluno da 2.ª série. Tahyná Samara Marques Reigada, também com 8 anos, está contente com a metodologia. “Gostei muito”.
O próximo passo, revela Piassi, é implantar o método do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e expandir para outras escolas. “Temos vários pedidos de escolas das redes pública e particular para implantar nosso material, o que é meu sonho”, completa.
Fonte: Jornal da Cidade de Bauru
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